quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Adaptar não é um verbo que sirva para tudo...


Presente

euadapto



tuadaptas


ele/elaadapta


nósadaptamos



vósadaptais


eles/elasadaptam



Adaptar é o verbo do momento.
Desde o início deste ano que me estou a adaptar.
Adaptar-me ao fim de um namoro de longa data, adaptar-me ao fim de um despedimento inesperado devido à crise...
E complicado, sobretudo porque vejo o tempo a passar e as respostas são sempre as mesmas:

-"a vaga já está preenchida"
-"tem currículo a mais"
-"só aceitamos para estágio"
-"não precisamos de ninguém nessa área"

O que é triste é que já nem procuro só na minha área e nem assim surgem oportunidades.
Meto-me a pensar: eu tenho os meus pais para me ajudarem, sei que até arranjar algo eles me dão apoio, mas e quem não tem ninguém?

Já repararam nas ruas recentemente? O número de sem-abrigos aumentou muito! Pessoas de todas as idades, jovens, velhinhos, homens, mulheres, crianças.

Depois leio esta notícia e penso: Estamos entregues aos bichos!

“No âmbito destas negociações, Portugal obteve o apoio de Bruxelas para o financiamento deste projecto através dos fundos CEF (Connecting Europe Facility), sucessores dos fundos RTE-T (redes transeuropeias) para o quadro comunitário de 2014-2020.” O ministério sublinha as vantagens deste mecanismo face ao anterior programa, por prever uma taxa de comparticipação directa até 40%, contra 25%, e permitir um financiamento total até 85% do investimento.
Conclui assim o gabinete de Vítor Gaspar que, “deste modo, Portugal conseguiu salvaguardar o financiamento comunitário do projecto Lisboa-Madrid, ao mesmo tempo que conseguiu aumentar de forma significativa as taxas de comparticipação comunitária, reduzindo assim o esforço financeiro para o Orçamento do Estado português”. 

Percebia todos os sacrifícios do país se visse do lado da classe política algum esforço, mas não... Parece que ainda gozam com o estado do país. Numa altura em que temos a maior fuga de cérebros de sempre, em que o desemprego é o que é, em que a crianças vão para a escola sem comer e pessoas literalmente entram em desespero e cometem actos de loucura é impensável um projecto deste tipo, com ou sem financiamento! Fico revoltada... A isto sei que nunca me vou adaptar! Num país que tem tudo para ser grande ao nível do turismo e da cultura preferem-se as obras grandes às GRANDES OBRAS. Assim nunca sairemos do mesmo sítio!

Já Eça de Queiroz dizia:

"Uma nação vive, próspera, é respeitada, não pelo seu corpo diplomático, não pelo seu aparato de secretarias, não pelas recepções oficiais, não pelos banquetes cerimoniosos de camarilhas: isto nada vale, nada constrói, nada sustenta; isto faz reduzir as comendas e assoalhar o pano das fardas - mais nada. Uma nação vale pelos seus sábios, pelas suas escolas, pelos seus génios, pela sua literatura, pelos seus exploradores científicos, pelos seus artistas. Hoje, a superioridade é de quem mais pensa; antigamente era de quem mais podia: ensaiavam-se então os músculos como já se ensaiam as ideias.·"


Cat, a sindicalista indignada














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